quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Mudou o Natal ou mudei eu?


  
Essa pergunta sempre nos ronda quando chega essa época. É natural que tenhamos saudades de natais de nossa infância, ou até de outras natais que proporcionamos a nossos filhos. É corriqueiro se ouvir que o natal virou apenas uma data comercial, centrada no lucro, no consumismo, no excesso de comida e bebida.  Reclamamos (apesar de não fazermos quase nada para mudar isso) que no natal lembramos muito mais do Papai Noel do que do aniversariante. A tv nos inunda com especiais de fim de ano, propagandas aos montes, papai-noeis (e mamães) para todos os gostos. Os filmes natalinos variam das diversas versões de "Um Conto de Natal" de Charles Dickens aos intermináveis "Esqueceram de Mim".
Mas a pergunta continua nos rondando: o natal mudou ou fui eu que mudei? Lembramo-nos que um Menino nasceu há mais de dois mil anos, no desconforto de uma manjedoura, mas no aconchego de uma Família? Distante das manchetes, mas rodeado de pastores, ovelhas e outros animais de estábulo? Lembramo-nos que uma estrela nova nasceu e serviu de farol na noite escura em que ele nasceu, longe das luzes da cidade? Será que nos lembramos que, na data distante daquele Nascimento, os poderosos do lugar ignoraram o ocorrido, mas três reis estrangeiros vieram adorar o Menino? Passa por nossa cabeça que o Menino veio para ensinar os homens a agir diferente?
O Natal mudou? Haverá ainda esperança na humanidade ou o verdadeiro significado do Natal ficará apara sempre oculto em nosso comodismo, nosso cansaço, nosso egoísmo, nossa sede de consumismo?
Ronaldo, o otimista incurável, responde: Calma, meus amigos. Nem tudo está perdido. Em meio a tanta publicidade, tanto incentivo ao materialismo, existem, sim, pessoas que comungam o ideal do Natal verdadeiro. Só em meu serviço, participei de três campanhas de solidariedade. Muita gente vai dizer que são campanhas temporárias, que não resolvem o problema... Ronaldo, o otimista incurável, vai retrucar: Engano seu. As pessoas que se envolvem nessas campanhas cultivam esse comportamento durante todo o ano. Talvez elas apareçam mais nessa época, já que pedem a colaboração de outras pessoas, em nome do "Espírito do Natal". E isso é legal, porque dá oportunidade para que mais gente embarque nessa onda.
Nosso defeito é não perceber que existem pessoas boas que trabalham pelo bem comum. Nossa falha é participar apenas de campanhas temporárias e acalmar nossas consciências com isso. Nosso pecado é nos esquecer no dia a dia, que um Menino nasceu numa noite de Natal para que o mundo fosse mais justo. Mas isso pode mudar.
No meio dessas reflexões, desejo a todos um Feliz Natal. E um mundo melhor.